quarta-feira, 7 de julho de 2010

Quinta-Feira – 14ª Semana do Tempo Comum – Divina Misericórdia.

Nesta quinta-feira, a liturgia de hoje dedica de forma muito especial a Divina Misericórdia. A expressão misericórdia é a mistura de duas palavras: Miséria + Córdia (Coração). De fato, Deus é aquele que se fez homem para a redenção dos nossos pecados. As leituras de hoje, nos ajudam a compreender, de forma bastante contundente, essa importante característica divina.
A primeira leitura retirada do livro de Oséias 11, 1-4. 8c-9 nos chama a atenção de que o Senhor Deus, nos conhece e; ama desde a infância (meninice espiritual)(v.1).O Pai, segundo a passagem chama cada ser humano, de filhos muito amados e se preocupa quando, ao invés de buscarmos seu Santo Nome, queremos nos envolver com falsos Deuses(v.2).
O Deus misericordioso instrui cada ser vivente a dar nossos primeiros passos na fé, porem sabe também que muitos não reconhecerão suas instruções. Há uma interpretação evangélica toda própria de que, ainda que o homem tenha dureza em seus corações, Deus estará todo ali “com laços de humanidade, amor, sendo para eles como um pai que carrega um recém-nascido no colo”(v.4)
A palavra do profeta Oséias nos remete a vocação de Jeremias (Jr 1,4-8), quando o senhor Deus, acrescenta que Ele nos estima desde o ventre materno, nos designa com o título de profeta das nações.
O profeta Jeremias por inspiração divina sabia que, ser profeta das nações era uma função que conferia a responsabilidade de ir e espalhar o evangelho para toda a humanidade. Assim, consequentemente o Senhor iluminará a face de cada temente a Ele (Sl 79,8).
Cada discípulo, no evangelho de São Mateus 10, 7-15, tinha em suas mentes e coração os mandamentos do Filho de Deus: mostrar a todos os povos que seu Reino Celeste estava próximo, curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e expulsar demônios. Tudo isso, contando com a providência divina e a hospitalidade humana, ainda que a missão tenha alguns empecilhos como a negação da pregação ou que a região fosse impura.
Assim, estas duas pessoas da Santíssima Trindade, o Pai e o Filho, convidam cada ser humano a ser misericordioso com o seu próximo, pois estes obterão também a misericórdia divina, como nos lembra muito bem o sermão da montanha (Mt 5,5).

As enchentes na Região Nordeste estimulam a sociedade a desenvolver um dos mais nobres princípios cristãos: fazer o bem sem olhar a quem.

Por Leniéverson Azeredo Gomes*

A Parábola do Juízo Final (Mt 26, 31-45) narra à dualidade – dois lados - do comportamento humano, onde Jesus estabelece um conjunto de ensinamentos que ajudam àquele crê a desenvolver uma rede de solidariedade e amor ao próximo e repudia quem não faz nada pelo seu semelhante. O Messias dizia que está a sua direita, todo ser que dá de comer; de beber, serve ao peregrino e o acolhendo, dar roupas para o nu, visita aos enfermos e aos cativos das prisões.
Estar a direita do Pai, nesse caso é muito mais que desenvolver em si e por si, um desejo de auxiliar a quem precisa é, sobretudo “desejar fazer o bem ao mais pequenino do mesmo jeito que queremos fazer o bem para Deus” (Mt 26,40).
Este ano sofremos duramente com as tragédias naturais. Foram os terremotos no Haiti e no Chile, as enchentes no Rio, Niterói, no estado de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande de Sul que deixou muitos desabrigados, desalojados e provocou a perda de vidas humanas.
Agora, no mês de junho, nos deparamos nos meios de comunicação com mais uma tragédia: a do Nordeste, principalmente nos estados de Pernambuco e Alagoas. Mais de 100 mil pessoas desabrigadas, quase 200 desaparecidas e um pouco mais de 44 pessoas mortas nos dois estados.
Mais uma vez podemos acompanhar nos olhos de seus moradores a sensação de desamparo, de desolação e da falta de perspectiva, enfim, uma tristeza sem fim que nos contagia. As águas dos rios que transbordam, não levam só as suas casas, mas também fotos, documentos, registros de sua existência, enquanto cidadão. As enchentes arrasam a dignidade, impõe o sentimento de impotência de que poderia ter feito algo a mais para não perderem os seus pertences.
As chuvas torrenciais levam seus ninhos, onde se comemoraram aniversários, foram motivos da lembrança da presença da pessoa querida, também da torcida pela conquista do título de hexacampeão da Seleção Brasileira, neste ano de 2010, na África do Sul.
Por isso, mais do que nunca, este povo tão sofrido que, parte dele vem ao “Sul”(Região Sul e Sudeste, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro), para lutar pela sobrevivência na Construção Civil, na Indústria do Açúcar e do Álcool e no comercio formal e informal, como empregados domésticos entre outros, precisa de sua ajuda.
Para retribuir este carinho, devemos fazer algo por eles. Existem diversas formas de ajudar os afetados pelas enchentes, em Alagoas e Pernambuco: com donativos e através de depósitos bancários. Através do Blog http:\\jornalista.lenny.zip.net, você poderá encontrar as contas bancarias, o que pode ser doado e alguns locais da sua região do seu estado de forma centralizada.Se o seu estado não tiver onde entregar, com certeza, em breve o blog fará a atualização dos locais a medida em que forem divulgados pelas defesas civis estaduais e municipais.
Faça a sua parte, deixa Deus transformar seu “coração de pedra em um coração de carne” (Ez 36,26).O Criador está convidando você a ser um anjo na vida daquele povo desamparado, assim também poderás estar sentado à direita do Pai e receber a vida eterna.

*Leniéverson Azeredo Gomes é Jornalista – Campos dos Goytacazes.

Reg. Prof. nº. 29663-RJ
DRT: 000640/08

Mulher: Reflexo de Maria nas atividades pastorais da Igreja.

Por Leniéverson Azeredo Gomes

A participação feminina na Igreja, frente às novas realidades pastorais é de extrema importância.Na carta aos bispos da Igreja Católica sobre a colaboração do homem e da mulher na igreja e no mundo, escrita em 2004, o então Papa João Paulo II, afirmou que o “sinal da mulher é eminentemente central e fecundo”. Depende da própria centralidade da Igreja, que a recebe de Deus e a acolhe na fé. É esta identidade “mística”, profunda e essencial, que se deve ter presente na reflexão sobre os papéis próprios da mulher na Igreja.

Tendo como referência Nossa Senhora, a Igreja é convidada a se basear na vida dela na escuta e no acolhimento da Palavra de Deus, porque a fé não é tanto a procura de Deus por parte do ser humano, mas é sobretudo a aceitação por parte do homem de que Deus vem até ele, visita-o e fala-lhe. Esta fé, para a qual “nada é impossível a Deus” (Jo 18,14; Lc 1,37), vive e aprofunda-se na obediência humilde e amorosa com que a Igreja sabe dizer ao Pai: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”. (Lc 1,38).

Na paróquia de Santo Antonio, por exemplo, é muito fácil perceber que a mulher tem um comprometimento profundo com os trabalhos pastorais.Das coroinhas as ministras extraordinárias da distribuição da comunhão eucarística, das ministras de música a todas que trabalham na equipe de liturgia, acolhida, dizimo; das coordenadoras de pastorais.E, também, não devemos esquecer das religiosas, irmãs de caridade e, também das santas de devoção. Sonia Nogueira Ribeiro é um modelo da participação e entrega feminina nesta paróquia.

Prestes a completar 80 anos, ela “caminha” na Igreja há 40 anos, embora desde criança freqüentasse a Igreja.Foi uma das pioneiras que ajudou na construção da Capela Santa Rita, no bairro onde mora, no Parque Prazeres.

“Eu participava de um grupo de oração e, por influência política, consegui um terreno, ao lado da atual praça do bairro. Hoje, mesmo tendo problemas de saúde que limita seus trabalhos, eu dou meu “sangue, suor e lágrimas” pela Igreja como ministra extraordinária da distribuição da sagrada comunhão eucarística”, diz ela.

De acordo com o padre Paulo Henriques Barreto, essa é a principal característica das mulheres a disponibilidade.

“As mulheres são mais sensíveis ao chamado de Deus, se colocam a disposição, eu fico muito grato pela participação delas, como agente de pastoral”, afirma o sacerdote.

Festas juninas: Como uma inocente festa pode esconder uma polêmica?

Por Leniéverson Azeredo GomesJustificar

Tem casamento na roça!Olha a cobraaaa! Anavan! Annariê!!Pois é, quando escutamos alguém dizer essas frases, nos lembram exatamente das quadrilhas, arraiás ou simplesmente das festas juninas – e em alguns lugares até julinas. No sexto e sétimo mês do ano, muitos lugares enfeitam terrenos com bandeirinhas coloridas, pequenos balões de papel, fogueiras são acesas, barracas são montadas para que possam ser vendidos quentões, refrigerantes, doces, salgados e outros comes e bebes aos “convidados” que assistiram o esforço de meses de pessoas que vão ser estrelas de um grande espetáculo cultural.
Mas diferente do que muitas pessoas pensam, festa junina não recebeu este nome devido ao mês de junho, mas em homenagem a São João, logo festas joaninas que com o tempo depois virou juninas..Para compreender um pouco melhor isso, precisamos voltar ao passado. As festas juninas ou festas dos santos populares são celebrações que acontecem em vários países historicamente relacionados com a festa do solstício de verão, que era celebrada no dia 24 de junho, segundo o Calendário Juliano (pré-gregoriano) e cristianizados na Idade Média como "festa de São João”.
No Brasil, o formato veio com os portugueses, no Século XVI, que fizeram uma mistura de danças existentes em alguns paises cristãos da Europa, como a Ucrânia, Polônia e Itália. De Portugal também a introdução de outros dois santos populares: Santo Antonio e São Pedro. Desde então, essa grande festa passou por mudanças e adaptações as diversas regiões brasileiras. Caruarú, no estado de Pernambuco, disputa todos os anos com Campina Grande, na Paraíba pelo titulo de melhor quadrilha, no Guinness Book, o livro dos Recordes. Normalmente todos os arraiás são embalados pelas sanfonas, triângulos e zabumbas (um instrumento de percursão), sempre com letras dedicadas aos Santos.
Mas se para nós católicos as festas juninas ou joaninas é um programa divertido e agradável, para os ou protestantes é alvo de uma polêmica: Protestante, deve ou não participar de quadrilhas? O protestantismo sempre viu com “olhos tortos” as festas juninas, por considerar uma idolatria. As discussões que eram travadas no passado, restritamente no interior dos templos e rádios “evangélicas”, agora são debatidas nos programas de TVs, blogs, fóruns e portais de notícias ligadas a Igrejas, pastores e fiéis.Grosso modo são debates ‘calientes’ onde alguém coloca as “cartas” na mesa e todos são estimulados a desenvolver estratégias e apontamentos sobre o carteado.Mas é na Internet, por conta do caráter instantâneo e ágil, que os debates ganham tons diversos.
Em sites como o Fórum Gospel, Lideranca.org, por exemplo, o debate a ponto de definir: Se a escola do meu filho pequeno tiver festa junina, deixo ou não o deixo participar?Todos em peso, dizem que não e sempre justificando “possíveis” idolatrias com passagens bíblicas, usadas como se fossem coelhos retirados da cartola. A passagem mais usada por eles, se encontra em I Cor 6,12 : “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convêm”.
Como os “evangélicos” por herança luterana, lançam da “Sola Scriptura” – Só a Escritura, pegam algo isolado de um texto, para distorcer o contexto, com um experto pretexto, no caso dizer que “verde que é verde, na verdade é azul”.
De acordo com a Bíblia de Jerusalém, uma das famosas traduções das Sagradas Escrituras católicas, afirma em sua nota de rodapé que, a expressão de autoria de São Paulo ou apóstolo Paulo para os “Evangélicos” ao povo de Corinto , em nenhum momento “trata de saber o que é lícito (permitido) ou ilícito (proibido), mas de determinar o que favorece ou prejudica o crescimento do homem novo, renascido em Cristo”.
Então, a partir disso, devemos nos perguntar, as festas juninas desfavorecem ou prejudicam quem quer ser de Cristo?Claro que não, minha gente!Não há idolatria alguma. É de sumo conhecimento de que Fernando de Bulhões (Antônio de Pádua) e João Batista eram pregadores do Evangelho e, São Pedro, além de ser pregador do Evangelho, foi pescador de Homens e primeiro Papa (título notoriamente negado pelos protestantes). São homens que viveram a vida para servir a Deus.
A questão é: só porque foram canonizados pela Igreja?Diante desse fundamentalismo religioso e sectarismo que se concluímos algumas coisas, mas podemos destacar uma, se eles não querem ir ou não permitem seus familiares vão às quadrilhas, porque acham idolatria e contaminador, nós respeitamos devido ao Artigo V da Constituição Brasileira que garante a liberdade de culto, no entanto, devemos considerar que a bíblia não pode ser usada para limitar a diversão das pessoas, principalmente de uma das mais expressivas tradições culturais do Brasil. E você o que acha disso?Mande seus comentários!

Bullying : Uma reflexão crítica sobre um tema da atualidade,

Leniéverson Azeredo Gomes



Todos os dias, noticiários divulgam relatos de uma prática que anda aterrorizando as escolas. Trata-se do Bullying, expressão inglesa que significa ato de valentia de alguém em relação a outrem. Normalmente o praticante dessa modalidade de valentia, explora a fraqueza da vítima e começa a intimidá-lo diariamente. O Bullying pode ser de natureza verbal e, em alguns casos podem chegar a agressões físicas, indo até a morte.
Há até o Cyber Bullying, onde acontece a exposição do ato pela rede mundial de computadores, por exemplo, no Youtube, em sites de relacionamento do orkut, entre outros. Normalmente, as vítimas são, negras, homossexuais, “emos”, baixinhos, feios, gordos, deficientes, enfim, todos aqueles as quais são considerados “pratos cheios” para os agressores. E o Ministério Público Federal, tem firmado parcerias com os provedores de e-mail e sites de relacionamentos para identificar os agressores pelo seu endereço de IP (Protocolo de Internet), de forma que localize a origem dos computadores. Mas nem sempre isso é fácil, alguns como o Google – mantenedora do Orkut - resistem à fiscalização sob pretexto de que não tem como fiscalizar todo mundo, embora eles digam que estejam cooperando “da melhor forma possível”.
E as escolas, principalmente as particulares, não vêm lidando com o assunto com a seriedade devida, não há uma punição ao agressor, o que muitas vezes acontece, no máximo é uma suspensão. Os diretores dos colégios têm medo de serem legalistas e punitivos, temendo que os pais – que em muitos casos passa a mão na cabeça – retirem os filhos da escola.
Mas recentemente, algumas “ilhas” de luz têm surgido para que algumas mudanças aconteçam. Em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, uma diretora de uma escola pública, tomou uma medida radical. Cansada de ver atos de violência entre os estudantes daquela escola, convidou os pais de alunos para uma reunião com os professores e com autoridades da segurança pública daquele estado. Em conjunto, decidiram que o praticante do Bullying – o valentão – seja punido com medidas sócio-educativas, por exemplo, capinar o mato da escola, pintar paredes, limpar banheiros por um determinado período de tempo. No início, encontraram uma resistência ali e aqui, mas independente da polêmica, o resultado, foi quase imediato: o índice de violência naquela escola reduziu quase a metade.
O sucesso da medida, divulgada em rede nacional pelos meios de comunicação de massa, fez com que a Secretaria de Educação sul-matogrossense implantasse a mesma em todo o estado. E com a repercussão do sucesso, outras secretarias estaduais e municipais estão discutindo se implantam ou não a bela iniciativa.
Na ficção, o Bullying também é explorado a esmo. No seriado “Todo mundo odeia o Chris” (2005-2008), baseado na biografia do ator afro-americano Chris Rock, o protagonista Chris (James Tyler) é alvo diário de socos e humilhações de James Caruso – aluno de cor branca.
Diferente do personagem da ficção que continuou a estudar na mesma escola, as vítimas de bullying têm medo de voltar a estudar no mesmo ambiente que o agressor e, o impacto psicológico é imenso e, podem durar vários anos, o rendimento escolar piora, a pessoa fica mais reservada, não-raro os casos de depressão juvenil, enfim, há todo um estrago na vida do estudante.
O autor desse texto entende de cátedra sobre o Bullying, aos 7, 11 e 13 anos respectivamente. Na primeira vez, torceram o seu braço, na segunda o quebraram e na terceira um soco na boca: tudo isso em escolas diferentes. E, claro, como relatado acima provocou algumas conseqüências, alguns superados ou não.
Concluindo, a sociedade civil organizada e a classe política partidária de todo o país precisam focar esse assunto, para que se corte o mal pela raiz ou continuaremos com essa ferida exposta de nossa juventude.